Diamantes não são produzidos sob alta pressão, o processo, eficaz na indústria, não funciona com gente. Realizar o sonho dos pais, ser o responsável pela ascensão de toda uma família são alguns dos pesos que quando caem cedo demais sobre o ombro de jovens jogadores acabam atrapalhando seu desenvolvimento dentro e fora do gramado.
É comum perceber em competições entre escolinhas e até nos treinamentos, um clima de alta competitividade e algumas vezes até de hostilidade com insultos a adversários, árbitros e treinadores vindo das arquibancadas cheias de pais fanáticos por seus futuros craques. João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte diagnostica "o que o pai gostaria de ter sido ele projeta na criança, a possibilidade de concretização, de realização do seu próprio sonho" e conta que casos como o descrito não são raros "a cada dez sessões que eu tenho com criança aqui pelo menos três, quatro, tem que voltar para os pais", revela. O problema fica evidenciado quando o ânimo maior não vem de criança que pratica o esporte "eu pergunto para elas se elas gostam de jogar futebol, vejo respostas bastante desanimadoras e o pai sempre muito motivado, muito alegre, muito atento", diz o psicólogo.
Adriano orientando seus alunos de escolinha/Arthur Sales |
Como consequência, além de podermos perder grandes talentos no caminho, tendo em vista que o craque das categorias inferiores nem sempre é o do profissional e vice-versa, vemos então crianças que fecham as portas para um caminho que, traçado com sabedoria, traz inúmeros benefícios.
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